domingo, 26 de fevereiro de 2017

Oração para corrigir um defeito

      18 – Prefácio –  Nossos maus instintos são decorrentes da imperfeição do nosso próprio Espírito, e não da nossa organização física. Se assim não fosse, o homem estaria isento de toda e qualquer responsabilidade. De nós depende a nossa melhoria, pois todo homem que goza da plenitude de suas faculdades tem a liberdade de fazer ou não fazer qualquer coisa. Para fazer o bem, só lhe falta à vontade. (Cap. XV, nº 10 e XIX, nº 12).
            19 – Prece –  Vós me destes, meu Deus, a inteligência necessária para distinguir o bem do mal. Assim, ao reconhecer que uma coisa é má, sou culpado de não me esforçar para resistir à sua tentação. Preservai-me do orgulho, que poderá me impedir de perceber os meus defeitos, e dos maus Espíritos, que poderiam me incitar a perseverar neles. Entre as minhas imperfeições, reconheço que sou particularmente inclinado a. … e se não resisto ao seu arrastamento, é por causa do hábito que já adquiri de ceder-lhe. Vós não criastes culpados, porque sois justo, mas com igual aptidão para o bem e para o mal. Se preferir o mau caminho, foi em virtude do meu livre arbítrio. Mas, pela mesma razão que tive da liberdade de fazer o mal, tenho também a de fazer o bem, e portanto a de mudar de caminho. Meus defeitos atuais são o resto das imperfeições que trouxe de minhas existências precedentes. São, pois, o meu pecado original, de que posso livrar-me pela minha vontade, com a assistência dos Bons Espíritos. Projetei-me, portanto, Espíritos bondosos, sobretudo vós, meu Anjo Guardião, dando-me a força de resistir às más sugestões e de sair vitorioso da luta. Os defeitos são a barreira que nos separam de Deus, e cada defeito superado é um passo que damos para nos aproximarmos Dele. O Senhor, na sua infinita misericórdia, houve por bem me conceder a existência atual, para que sirva ao meu adiantamento. Bons Espíritos, ajudai-me a aproveitá-la, a fim de que ela não se torne perdida para mim. E quando aprouver ao Senhor me retirar dela, que eu possa sair melhor do que entrei. (Caps. V, nº 5 e XVII, nº 3).

O Evangelho segundo o Espiritismo 

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Os órfãos

Meus irmãos, amai os órfãos! Se soubésseis quanto é triste estar só e abandonado, sobretudo quando criança! Deus permite que existam órfãos, para nos animar a lhes servirmos de pais. Que divina caridade, a de ajudar uma pobre criaturinha abandonada, livrá-la da fome e do frio, orientar sua alma, para que ela não se perca no vicio! 

Quem estende a mão a uma criança abandonada é agradável a Deus, porque demonstra compreender e praticar a sua lei. Lembrai-vos também de que, freqüentemente, a criança que agora socorreis vos foi cara numa encarnação anterior, e se o pudésseis recordar, o que fazeis já não seria caridade, mas o cumprimento de um dever. 

Assim, portanto, meus amigos, todo sofredor é vosso irmão e tem direito à vossa caridade. Não a essa caridade que magoa o coração, não a essa esmola que queima a mão que a recebe, pois os vossos óbolos são freqüentemente muito amargos! Quantas vezes eles seriam recusados, se a doença e a privação não os esperassem no casebre! Daí com ternura, juntando ao benefício material o mais precioso de todos: uma boa palavra, uma carícia, um sorriso amigo. Evitai esse ar protetoral, que resolve a lâmina no coração que sangra, e pensai que, ao fazer o bem, trabalhais para vós e para os vossos.

O Evangelho Segundo o Espiritismo

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Esquecimento do passado

11. Em vão se objeta que o esquecimento constitui obstáculo a que se possa aproveitar da experiência de vidas anteriores. havendo Deus entendido de lançar um véu sobre o passado, é que há nisso vantagem. Com efeito, a lembrança traria gravíssimos inconvenientes. Poderia, em certos casos, humilhar-nos singularmente, ou, então, exaltar-nos o orgulho e, assim, entravar o nosso livre-arbítrio. Em todas as circunstâncias, acarretaria inevitável perturbação nas relações sociais.

Freqüentemente, o Espírito renasce no mesmo meio em que já viveu, estabelecendo de novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito. Se reconhecesse nelas as a quem odiara, quiçá o ódio se lhe despertaria outra vez no íntimo. De todo modo, ele se sentiria humilhado em presença daquelas a quem houvesse ofendido.

Para nos melhorarmos, outorgou-nos Deus, precisamente, o de que necessitamos e nos basta: a voz da consciência e as tendências instintivas. Priva-nos do que nos seria prejudicial.

Ao nascer, traz o homem consigo o que adquiriu, nasce qual se fez; em cada existência, tem um novo ponto de partida. Pouco lhe importa saber o que foi antes: se se vê punido, é que praticou o mal. Suas atuais tendências más indicam o que lhe resta a corrigir em si próprio e é nisso que deve concentrar-se toda a sua atenção, porquanto, daquilo de que se haja corrigido completamente, nenhum traço mais conservará. As boas resoluções que tomou são a voz da consciência, advertindo-o do que é bem e do que é mal e dando-lhe forças para resistir às tentações.

Aliás, o esquecimento ocorre apenas durante a vida corpórea. Volvendo à vida espiritual, readquire o Espírito a lembrança do passado; nada mais há, portanto, do que uma interrupção temporária, semelhante à que se dá na vida terrestre durante o sono, a qual não obsta a que, no dia seguinte, nos recordemos do que tenhamos feito na véspera e nos dias precedentes.

E não é somente após a morte que o Espírito recobra a lembrança dó passado. Pode dizer-se que jamais a perde, pois que, como a experiência o demonstra, mesmo encarnado, adormecido o corpo, ocasião em que goza de certa liberdade, o Espírito tem consciência de seus atos anteriores; sabe por que sofre e que sofre com justiça. A lembrança unicamente se apaga no curso da vida exterior, da vida de relação. Mas, na falta de uma recordação exata, que lhe poderia ser penosa e prejudicá-lo nas suas relações sociais, forças novas haure ele nesses instantes de emancipação da alma, se os sabe aproveitar.

O Evangelho Segundo o Espiritismo