130 – A TEORIA DO SUICÍDIO E OS SUICIDAS QUANDO REENCARNAM
- Parece que o suicídio é um ato de rompimento do plano de Deus, pelo qual se paga um
preço. Assim, de que maneira e com que traumas se reencarnam as pessoas que se matam:
a) por tiro no ouvido, b) por veneno, c) jogando-se embaixo de um carro, d) através de
superexposição à radiação atômica?
Chico: - “O suicídio está ligado ao senso de responsabilidade. Nosso Emmanuel sempre explica
que nós somos culpados por aquilo que conhecemos como sendo uma atitude imprópria
para nós. Porém nós temos, ainda, povos que adotam o suicídio como norma de
comportamento heróico.
Temos comunidades no mundo que consideram o suicídio sob esse ponto de vista.
Demonstram que não possuem um conhecimento tão exato sobre a responsabilidade de
viver, produzir, como nós os cristãos fomos instruídos pelos Evangelhos de Nosso Senhor.
Então, vamos dizer que a escola de Jesus, preparando nosso espírito para a construção do
mundo melhor, um mundo de amor e paz e não obstante os conflitos e guerras que temos
sofrido, ou que estejamos sofrendo, nós então vemos que para nós o suicídio já adquire
dimensões diferentes, porque nós somos chamados para valorizar a vida, a compreender o
sofrimento como processo educativo e reeducativo de nossa personalidade. Então, o suicídio
para nós, os cristãos, é algo de ingratidão para com os poderes supremos que regem os
nossos destinos. O suicídio, para aqueles que conhecem a importância da vida, impõe um
complexo culposo muito grande nas consciências. Então, nós os cristãos, que temos
responsabilidades de viver e compreender a vida, em suicidando, nós demandamos o além
com a lesão das estruturas do corpo físico. De forma que, se damos um tiro no crânio,
conforme a região que o projétil atravessa, sofremos no além as lesões conseqüentes. São
espíritos doentes, os espíritos enfermiços que recebem carinho especial dos protetores
espirituais.”
Entrevista concedida ao Jornal Diário, cidade de Cravinhos-SP
Livro: A TERRA E O SEMEADOR
Francisco Cândido Xavier / Emmanuel
136 - CAUSAS DOS SUICÍDIOS
P – O suicídio é conseqüência de fatores psicológicos em desagregação ou de influências
espirituais em evolução?
CHICO XAVIER – Todos sabemos: cada espírito é senhor de seu próprio mundo individual. Quando perpetramos a deserção voluntária dos nossos deveres, diante das leis que nos
governam, decerto que imprimimos determinadas deformidades no corpo espiritual. Essas
deformidades resultam das causas cármicas estabelecidas por nós mesmos, pelas quais
sempre recebemos de volta os efeitos das próprias ações.
Cometido o suicídio, nessa ou naquela circunstância, geramos lesões e problemas
psicológicos na própria alma, dificuldades essas que seremos chamados a debelar na
próxima existência, ou nas próximas existências, segundo as possibilidades ao nosso
alcance.
Assim, formamos, com um suicídio, muitas tentações a suicídio no futuro, porque em nos
reencarnando, carregamos conosco tendências e inclinações, como é óbvio, na
recapitulação de nossas experiências na Terra.
Quando falamos “tentações” não nos referimos a esse tipo de tentações que acreditamos
provir de entidades positivamente infelizes, cristalizadas na perseguição às criaturas
humanas. Dizemos tentação oriunda de nossa própria natureza.
Sabemos que a tentação em si, na verdadeira acepção da palavra, nasce dentro de nós. Por
isso mesmo poderíamos ilustrar semelhante argumento lembrando um prato de milho e um
brilhante de alto preço: levado o brilhante de alto preço à percepção do cavalo, por exemplo,
é certo que o eqüino não demonstraria a menor reação; mas em apresentando a ele o prato
de milho, fatalmente que ele reagirá, desejando absorver a merenda que lhe está sendo
apresentada.
Noutro ponto de vista, um homem não se interessaria por um prato de milho, no entanto se
interessaria compreensivelmente pelo brilhante.
Justo lembrar que a tentação nasce dentro de nós.
Quando cometemos suicídio, plasmamos causas de sofrimento muito difíceis de serem
definitivamente extirpadas. Por isso, muitas vezes, os irmãos suicidas são repetentes na
prova da indução ao suicídio, descendo, desprevenidos, à desconsideração para consigo
próprios.
Benfeitores da Vida Maior são unânimes em declarar que, em todas as ocasiões nas quais
sejamos impulsionados a desertar das experiências a que Deus nos destinou na vida
terrestre, devemos recorrer à oração, ao trabalho, aos métodos de autodefesa e a todos os
meios possíveis da reta consciência, em auxílio de nossa fortaleza e tranqüilidade, de modo
a fugirmos de semelhante poço de angústia.
( * ) Entrevista concedida a Sra. Guiomar Albanesi, no Centro Espírita Perseverança, São
Paulo, Capital, em Outubro de 1974
Livro: A TERRA E O SEMEADOR
Francisco Cândido Xavier / Emmanuel
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