segunda-feira, 25 de junho de 2012

Injúrias e Violências


1. Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra. (S. MATEUS, cap. V, v. 4.)


2. Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (Id., v. 9.)


3. Sabeis que foi dito aos antigos: Não matareis e quem quer que mate merecerá condenação pelo juízo. - Eu, porém, vos digo que quem quer que se puser em cólera contra seu irmão merecerá condenado no juízo; que aquele que disser a seu irmão: Raca, merecerá condenado pelo conselho; e que aquele que lhe disser: És louco, merecerá condenado ao fogo do inferno. (Id., vv. 21 e 22.)


4. Por estas máximas, Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei. Condena, por conseguinte, a violência, a cólera e até toda expressão descortês de que alguém possa usar para com seus semelhantes. Raca, entre os hebreus, era um termo desdenhoso que significava homem que não vale nada, e se pronunciava cuspindo e virando para o lado a cabeça. Vai mesmo mais longe, pois que ameaça com o fogo do inferno aquele que disser a seu irmão: És louco.


Evidente se torna que aqui, como em todas as circunstâncias, a intenção agrava ou atenua a falta; mas, em que pode uma simples palavra revestir-se de tanta gravidade que mereça tão severa reprovação? E que toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à lei do amor e da caridade que deve presidir às relações entre os homens e manter entre eles a concórdia e a união; é que constitui um golpe desferido na benevolência recíproca e na fraternidade que entretém o ódio e a animosidade; é' enfim, que, depois da humildade para com Deus, a caridade 
para com o próximo é a lei primeira de todo cristão.


5. Mas, que queria Jesus dizer por estas palavras: "Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra", tendo recomendado aos homens que renunciassem aos bens deste mundo e havendo-lhes prometido os do céu?
Enquanto aguarda os bens do céu, tem o homem necessidade dos da Terra para viver. Apenas, o que ele lhe recomenda é que não ligue a estes últimos mais importância do que aos primeiros.


Por aquelas palavras quis dizer que até agora os bens da Terra são açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos que são brandos e pacíficos; que a estes falta muitas vezes o necessário, ao passo que outros têm o supérfluo. Promete que justiça lhes será feita, assim na Terra como no céu, porque serão chamados filhos de Deus. Quando a Humanidade se submeter à lei de amor e de caridade, deixará de haver egoísmo; o fraco e o pacífico já não serão explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento. Tal a condição da Terra, quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, se houver tornado mundo ditoso, por efeito do afastamento dos maus.


O Evangelho Segundo o Espiritismo

sábado, 9 de junho de 2012

Mensagem de Bezerra de Menezes

(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco na reunião dos Grupos Espíritas da Califórnia, na manhã de 13/11/2010 em Los Angeles, Estados Unidos)




Meus Filhos!


Que Jesus os abençôe!


A Sociedade Terrena vive, na atualidade, um grave momento mediúnico no qual, de forma inconsciente, dá-se o intercâmbio entre as duas esferas das vida.


Entidades assinaladas pelo ódio e pelo ressentimento e tomadas de amargura cobram daqueles algozes de ontem o pesado ônus da aflição que lhes tenham proporcionado.


Espíritos nobres, voltados para o ideal da elevação humana, sincronizam com as potências espirituais na edificação de um mundo melhor.


As obsessões campeiam de uma forma pandêmica, confundindo-se com os transtornos psicopatológicos que trazem os projetos afligentes e degenerativos.


Sucede que a Terra vivencia, neste período, a grande transição do Mundo de Provas e de Expiações  para o Mundo de Regeneração.


Nunca houve tanta notícia da ciência e da tecnologia e tanta hediondez do sentimento e das emoções. 


As glórias da conquista do intelecto esmaecem diante do abismo da crueldade, da dissolução dos costumes, da perda da ética, da decadência das conquistas da civilização e da cultura.


Não seja, pois, de estranhar a dor, sob vários aspectos, espraia-se no planeta terrestre não apenas como látego, mas sobretudo, como um convite à reflexão, como análise à transitoriedade do corpo, com o propósito de convocar as mentes e os corações para ser o espiritual que tantos somos.


 Fala-se sobre a tragédia do cotidiano com razão. As ameaças de natureza sísmica a cada momento se tornam realidade, tanto de um lado, quanto de outro do planeta.


O crime campeia a solta e a floração da juventude entrega-se com exceções compreensíveis ao abastardamento do caráter, às licenças morais e à agressividade.


Sucede, meus filhos, que as regiões de sofrimento profundo estão liberando seus hóspedes que ali ficaram, em cárcere privado, por muitos séculos, e agora, na grande transição, recebem a oportunidade de voltarem-se para o Bem, ou optar pela loucura a que se têm entregado.


E esses que teimosamente permanecem no mal, a benefício próprio e do planeta, irão ao exílio em orbes inferiores, onde lapidarão a alma auxiliando seus irmãos de natureza primitiva, como aconteceu no passado.


Por outro lado, os nobres promotores do progresso de todos os tempos passados também se reencarnam nesta hora para acelerar as conquistas, não só da inteligência e da tecnologia de ponta, mas também dos valores morais e espirituais. 


Ao lado deles, benfeitores de outra dimensão emboscam-se na matéria para se tornarem os grandes líderes e sensibilizarem esses verdugos da sociedade.


Aos médiuns cabe a grande tarefa de ser ponte entre as dores e as consolações . 


Aos dialogadores cabe a honrosa tarefa de ser, cada um deles, psicoterapeutas de desencarnados , contribuindo para a saúde geral.


Enquanto os médiuns se entregam ao benefício caridoso com os irmãos em agonia, também têm as suas dores diminuídas, o seu fardo de provas amenizadas, as suas aflições contornadas, porque o amor é o grande mensageiro da misericórdia que dilui todos os impedimentos do progresso - é o sol da vida, meus filhos, que dissolve a névoa da ignorância e que apaga a noite da impiedade.


Reencarnastes para contribuir em favor da Nova Era.


As vossas existências não aconteceram ao acaso, foram programadas.


Antes de mergulharem na neblina carnal, lestes o programa que vos dizia respeito e o firmastes, dando o assentimento para as provas e as glórias estelares.


O Espiritismo é Jesus, que volta de Braços Abertos, descrucificado, ressuscitado e vivo, cantando a sinfonia gloriosa da solidariedade.


Dai-vos as mãos!


Que as diferenças opinativas sejam limadas e os ideais de concordância sejam praticados. 


Que, quaisquer pontos de objeção se tornem secundários diante das metas a alcançar. 


Sabemos das vossas dores porque passamos pela Terra e compreendemos que a névoa da matéria empana o discernimento e muitas vezes dificulta a lógica necessária para a ação correta. Mas ficais atentos: tendes compromissos com Jesus...


Não é a primeira vez que vos comprometestes enganando, enganado-vos, mas esta é a oportunidade final, optativa para a glória da imortalidade, ou para a anestesia da ilusão.


Ser espírita é encontrar o tesouro da sabedoria.


Reconhecemos que na luta cotidiana, na disputa social, econômica, financeira e humana do ganha-pão, esvai-se o entusiasmo,diminui a alegria do serviço, mas se permanecerdes fiéis, orando com as antenas direcionadas ao Pai Todo-Amor, não vos faltarão a inspiração, o apoio, as forças morais, para vos defenderdes das ações do mal, que muitas vezes vos alcança.  


Tendes coragem, meus filhos, unidos, porque somos os trabalhadores da última hora, e o nosso será o salário igual ao do jornaleiro do primeiro momento. 


Cantemos a alegria de servir, e ao sairmos daqui, levemos impresso no relicário da alma tudo aquilo que ocorreu em nossa reunião de santas intenções: as dores mais variadas, os rebeldes, os ignorantes, os aflitos, os infelizes, e também da palavra gentil dos amigos que velam por todos nós.


Confiando em Nosso Senhor Jesus Cristo que nos delegou a honra de falar em Seu Nome, e em Seu Nome, ensinar, curar, levantar o ânimo, e construir um mundo novo, rogamos a Ele, nosso Divino Benfeitor, que a todos nos abençôe e nos dê a Santa Paz.


São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,


Bezerra.   







Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus


6. Nem todos os que me dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus; apenas entrará aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. - Muitos, nesse dia, me dirão: Senhor! Senhor! não profetizamos em teu nome? Não expulsamos em teu nome o demônio? Não fizemos muitos milagres em teu nome? - Eu então lhes direi em altas vozes: Afastai-vos de mim, vós que fazeis obras de iniqüidade. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 21 a 23.)

7. Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado a um homem prudente que construiu sobre a rocha a sua casa. - Quando caiu a chuva, os rios transbordaram, sopraram os ventos sobre a casa; ela não ruiu, por estar edificada na rocha. - Mas, aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica, se assemelha a um homem insensato que construiu sua casa na areia. Quando a chuva caiu, os rios transbordaram, os ventos sopraram e a vieram açoitar, ela foi derrubada; grande foi a sua ruína. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 24 a 27. - S. LUCAS, cap. VI, vv. 46 a 49.)

8. Aquele que violar um destes menores mandamentos e que ensinar os homens a violá-los, será considerado como último no reino dos céus; mas, será grande no reino dos céus aquele que os cumprir e ensinar. - (S. MATEUS, cap. V, v.19.)

9. Todos os que reconhecem a missão de Jesus dizem: Senhor! Senhor! - Mas, de que serve lhe chamarem Mestre ou Senhor, se não lhe seguem os preceitos? Serão cristãos os que o honram com exteriores atos de devoção e, ao mesmo tempo, sacrificam ao orgulho, ao egoísmo, à cupidez e a todas as suas paixões? Serão seus discípulos os que passam os dias em oração e não se mostram nem melhores, nem mais caridosos, nem mais indulgentes para com seus semelhantes?

Não, porquanto, do mesmo modo que os fariseus, eles têm a prece nos lábios e não no coração. Pela forma poderão impor-se aos homens; não, porém, a Deus. Em vão dirão eles a Jesus: "Senhor! não profetizamos, isto é, não ensinamos em teu nome; não expulsamos em teu nome os demônios; não comemos e bebemos contigo?" Ele lhes responderá: "Não sei quem sois; afastai-vos de mim, vós que cometeis iniqüidades, vós que desmentis com os atos o que dizeis com os lábios, que caluniais o vosso próximo, que expoliais as viúvas e cometeis adultério. 

Afastai-vos de mim, vós cujo coração destila ódio e fel, que derramais o sangue dos vossos irmãos em meu nome, que fazeis corram lágrimas, em vez de secá-las. Para vós, haverá prantos e ranger de dentes, porquanto o reino de Deus é para os que são brandos, humildes e caridosos. Não espereis dobrar a justiça do Senhor pela multiplicidade das vossas palavras e das vossas genuflexões. O caminho único que vos está aberto, para achardes graça perante ele, é o da prática sincera da lei de amor e de caridade."

São eternas as palavras de Jesus, porque são a verdade. Constituem não só a salvaguarda da vida celeste, mas também o penhor da paz, da tranqüilidade e da estabilidade nas coisas da vida terrestre. Eis por que todas as instituições humanas, políticas, sociais e religiosas, que se apoiarem nessas palavras, serão estáveis como a casa construída sobre a rocha. Os homens as conservarão, porque se sentirão felizes nelas. As que, porém, forem uma violação daquelas palavras, serão como a casa edificada na areia. o vento das renovações e o rio do progresso as arrastarão.

O Evangelho Segundo o Espiritismo

domingo, 3 de junho de 2012

Causas Atuais das Aflições


4. De duas espécies são as vicissitudes da vida, ou, se o preferirem, promanam deduas fontes bem diferentes, que importa distinguir. Umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida.

Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são conseqüência natural do caráter e do proceder dos que os suportam.
Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição!

Quantos se arruinam por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem sabido limitar seus desejos!

Quantas uniões desgraçadas, porque resultaram de um cálculo de interesse ou de vaidade e nas quais o coração não tomou parte alguma!

Quantas dissensões e funestas disputas se teriam evitado com um pouco de moderação e menos suscetibilidade!

Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de todo gênero!

Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não lhes combateram desde o princípio as más tendências! Por fraqueza, ou indiferença, deixaram que neles se desenvolvessem os germens do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que produzem a secura do coração; depois, mais tarde, quando colhem o que semearam, admiram-se e se afligem da falta de deferência com que são tratados e da ingratidão deles.

Interroguem friamente suas consciências todos os que são feridos no coração pelas vicissitudes e decepções da vida; remontem passo a passo à origem dos males que os torturam e verifiquem se, as mais das vezes, não poderão dizer:Se eu houvesse feito, ou deixado de fazer tal coisa, não estaria em semelhante condição.

A quem, então, há de o homem responsabilizar por todas essas aflições, senão a si mesmo? O homem, pois, em grande número de casos, é o causador de seus próprios infortúnios; mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, menos humilhante para a sua vaidade acusar a sorte, a Providência, a má fortuna, a má estrela, ao passo que a má estrela é apenas a sua incúria.

Os males dessa natureza fornecem, indubitavelmente, um notável contingente ao cômputo das vicissitudes da vida. O homem as evitará quando trabalhar por se melhorar moralmente, tanto quanto intelectualmente.

5. A lei humana atinge certas faltas e as pune. Pode, então, o condenado reconhecer que sofre a conseqüência do que fez. Mas a lei não atinge, nem pode atingir todas as faltas; incide especialmente sobre as que trazem prejuízo â sociedade e não sobre as que só prejudicam os que as cometem, Deus, porém, quer que todas as suas criaturas progridam e, portanto, não deixa impune qualquer desvio do caminho reto. 

Não há falta alguma, por mais leve que seja, nenhuma infração da sua lei, que não acarrete forçosas e inevitáveis conseqüências, mais ou menos deploráveis. Daí se segue que, nas pequenas coisas, como nas grandes, o homem é sempre punido por aquilo em que pecou. os sofrimentos que decorrem do pecado são-lhe uma advertência de que procedeu mal. 

Dão-lhe experiência, fazem-lhe sentir a diferença existente entre o bem e o mal e a necessidade de se melhorar para, de futuro, evitar o que lhe originou uma fonte de amarguras; sem o que, motivo não haveria para que se emendasse. Confiante na impunidade, retardaria seu avanço e, conseqüentemente, a sua felicidade futura.

Entretanto, a experiência, algumas vezes, chega um pouco tarde: quando a vida já foi desperdiçada e turbada; quando as forças já estão gastas e sem remédio o mal, Põe-se então o homem a dizer: "Se no começo dos meus dias eu soubera o que sei hoje, quantos passos em falso teria evitado! Se houvesse de recomeçar, conduzir-me-ia de outra maneira. No entanto, já não há mais tempo!" 

Como o obreiro preguiçoso, que diz: "Perdi o meu dia", também ele diz: "Perdi a minha vida". Contudo, assim como para o obreiro o Sol se levanta no dia seguinte, permitindo-lhe neste reparar o tempo perdido, também para o homem, após a noite do túmulo, brilhará o Sol de uma nova vida, em que lhe será possível aproveitar a experiência do passado e suas boas resoluções para o futuro.

O Evangelho Segundo o Espiritismo


Que tal uma oração para os momentos de Aflição?



Deus nosso Pai, 
que Sois todo poder e bondade, 
dai força àqueles que passam pela provação, 
dai luz àqueles que procuram a verdade, 
e ponde no coração do homem a compaixão e a caridade. 

Deus, 
dai ao viajante a estrela Guia, 
ao aflito a consolação, 
ao doente o repouso. 

Pai, 
dai ao culpado o arrependimento, 
ao espírito, a verdade, 
à criança o guia, 
ao órfão, o pai. 

Que a vossa bondade se estenda sobre tudo que criaste. 

Piedade, Senhor, para aqueles que não Vos conhecem, 
e esperança para aqueles que sofrem. 

Que a Vossa bondade permita aos espíritos consoladores, 
derramarem por toda à parte a paz, a esperança e a fé. 

Deus, um raio, uma faísca do Vosso divino amor pode abrasar a Terra, 
deixai-nos beber na fonte dessa bondade fecunda e infinita, 
e todas as lagrimas secarão, todas as dores acalmar-se-ão. 

Um só coração, um só pensamento subirá até Vós, 
como um grito de reconhecimento e de amor. 

Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braços abertos. 

Oh! bondade, Oh! Poder, Oh! beleza, Oh! perfeição, 
queremos de alguma sorte merecer Vossa misericórdia. Deus, 

Dai-nos a força no progresso de subir até Vós, 
Dai-nos a caridade pura, 
Dai-nos a fé e a razão, 
Dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas 
O espelho onde refletirá um dia a Vossa Santíssima imagem.