domingo, 6 de agosto de 2017

PROVAS VOLUNTÁRIAS E VERDADEIRO CILÍCIO

29: Aquele que está desgostoso da vida, mas não querendo abreviá-la, será culpado, indo procurá-la num campo de batalha, com o pensamento de torná-la útil? 

 Sendo o homem um Espírito encarnado, fazendo sua evolução, através das experiências vividas na Terra, é a intenção dos seus atos que demonstra o que ele realmente é, o que sente, o que pensa, o que quer e o que faz. No conhecer-se a si próprio, através do voltar-se para dentro de si, analisando o que sente em relação à vida, a si próprio, aos outros, libertando-se do verniz da educação social, das astúcias do orgulho e do egoísmo, que disfarçam as más intenções, vai o homem percebendo suas reais intenções em tudo que faz. 

 No funcionamento das leis divinas, em relação ao espírito imortal, a intenção é o que realmente conta. Quando os enganos acontecem e, ao invés de ajudar, determinada ação prejudica, o homem tem responsabilidade relativa nas suas conseqüências. Sentirá, dentro de si, a necessidade de reparar os efeitos, mas não será considerado culpado pela lei ou por ele, visto que a intenção sua era auxiliar. Errou na maneira de executar sua boa intenção, devido, talvez, às suas imperfeições. Essa constatação levá-lo-á ao esforço de aperfeiçoar-se, perseverantemente, sem acusações ou remorsos. 

 A própria justiça humana, tão imperfeita, porque feita por homens imperfeitos, traz, nos seus códigos, a diferenciação entre o crime culposo, sem medir as conseqüências, sem a intenção de fazê-lo e o crime doloso, quando está presente no ato a intenção de realizá-lo. Assim, São Luís responde à pergunta, dizendo que “quer o homem se mate ou se faça matar, o objetivo é sempre o de abreviar a vida e, por conseguinte, há suicídio de intenção, embora, não haja de fato.

 O pensamento de que a sua morte servirá para alguma coisa é ilusório, simples pretexto, para disfarçar a ação criminosa e desculpá-lo aos seus próprios olhos. Se ele tivesse seriamente o desejo de servir à pátria, procuraria antes viver para dedicar-se à sua defesa, e não morrer, porque, uma vez morto já não serve para nada. 

4 A verdadeira abnegação consiste em não temer a morte quando se trata de ser útil, em enfrentar o perigo e oferecer o sacrifício da vida, antecipadamente e sem pesar, se isso for necessário. Mas a intenção premeditada de procurar a morte, expondo-se para tanto ao perigo, mesmo a serviço, anula o mérito da ação”. 

O Evangelho Segundo o Espiritismo

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